Um ano de pandemia: uma carta pastoral aos membros do Ministério AFAJEU em todo o Brasil sobre sustento em tempos pandêmicos
Queridos irmãos e irmãs do Ministério AFAJEU em todo o
Brasil, que a paz do Senhor Jesus esteja com você e com sua família.
Nós, pastores da Igreja Evangélica a Família de Jesus Unida
(AFAJEU) em todo o Brasil, orientamos a igreja sobre alguns pontos importantes
para o nosso Ministério depois de termos vivido o último ano em situação
pandêmica no mundo, e de forma muito grave no Brasil. Por conta dessa realidade
que temos enfrentado, muitas vezes à distância, escrevemos essa carta e
incentivamos que cada membro a estude e a coloque em prática, de acordo com as
suas possibilidades.
Na carta aos Efésios, o apóstolo Paulo orienta a igreja a
“suportar uns aos outros com amor” (Efésios 4.2). Diferente do que possamos
entender em uma primeira leitura, o texto não fala sobre aguentar uns aos
outros, mesmo aqueles com quem não nos damos muito bem. Nós entendemos o termo
“suportar” no texto bíblico, como “ser capaz de segurar ou carregar”, oferecer
o ombro para ajudar quem precisa, e oferecer sustento para que alguém consiga
prosseguir. Muitas pessoas estão precisando de sustento nesse tempo, e nós
queremos ser uma igreja que oferece esse sustento, de todas as formas quanto
forem possíveis.
Portanto, através dessa carta orientamos a igreja sobre
áreas que necessitam de nós, como igreja, para serem sustentadas.
O sustento da vida
Clamamos pela vida. No momento em que escrevemos essa
carta, já são mais de 311 mil mortes registradas por Covid-19 no Brasil, e 2,78
milhões de mortes no mundo. Sabemos o quão dilacerante é a dor das milhares de
famílias que perderam uma ou mais pessoas, e com elas choramos e lamentamos.
Nós, como igreja, devemos sustentar a vida de todas as formas. Hoje são poucos
os recursos conhecidos para proteger a vida: uso correto de máscaras; medidas
de distanciamento social; higiene constante e correta das mãos e dos ambientes;
e vacinas. Nossas igrejas em todo o Brasil estão não apenas obedecendo as
medidas impostas por municípios e estados, mas também fechando nossos templos
por conta própria para seguir protegendo a vida dos membros. Muitas vezes
entristece o nosso coração não poder cultuar presencialmente, mesmo com os
recursos de culto virtual que adotamos, mas entendemos que nesse tempo é
necessário. Por isso, assim como temos assumido o sofrimento de ficar longe
fisicamente das nossas igrejas, pedimos que todos assumam o sofrimento de não
participar de nenhum tipo de reunião, seja ela pequena ou grande, evitando
aglomerações de qualquer tipo. Orientamos que os irmãos e irmãs a não
comparecem a festas, não promoverem pequenas reuniões em casa, e saírem de seus
lares apenas diante de necessidades essenciais.
O sustento de domésticos da casa, e de “órfãos e viúvas”
Nós não ignoramos os impactos negativos que as medidas de
proteção necessárias causam na economia global, porém sabemos que quando elas
são ignoradas, chegamos à uma situação insustentável para a vida, ficando
diante do colapso do sistema de a saúde pública e privada como temos visto
nesse momento no Brasil, com leitos de UTIs lotados e com hospitais sem
condições de oferecer atendimento, seja para casos de Covid-19 ou outras
situações. Por isso, pedimos àqueles que possuem alguma condição, que se
envolvam intensamente na assistência social da sua igreja, mantendo a oferta de
alimentos sempre ativa, e que os responsáveis dessa área se esforcem ao máximo
para manter os cadastros sociais atualizados, fazendo assim com quem nenhuma
pessoa sinta fome. Caso necessite de produtos ou serviços, consulte entre os
irmãos da igreja se há alguém que os ofereça para incentivar o trabalho
daqueles irmãos e irmãs que sofrem com a economia. Se tiver possibilidade
financeira, continue efetuando o pagamento de serviços recorrentes prejudicados
pelo isolamento social, como limpeza e estética, por exemplo. Procure saber se
há irmãos ou irmãs que necessitam de auxílio financeiro para pagamento de contas
essenciais, como água, gás e energia elétrica. Dessa maneira, fortaleceremos o
senso de comunidade da igreja, sustentando uns aos outros enquanto sustentamos a
vida, inspirados pela igreja primitiva apresentada no livro de Atos dos
Apóstolos. “Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um
conforme a sua necessidade.” - Atos 2:45
O sustento da igreja
Os projetos e contas fixas das igrejas existem mesmo com os
templos fechados. Apesar de termos reduzido os gastos de consumo de água e
energia elétrica com a ausência dos cultos presenciais, seguimos fazendo esses
pagamentos, e o pagamento de ajuda de custo para obreiros, além de manter a
assistência social para quem necessita. Com os templos fechados também ficou
mais difícil arrecadarmos doações através das ofertas recolhidas nos cultos
públicos, então precisamos que as doações sejam feitas por meio de depósito
bancário na nossa conta oficial. Não incentivamos que os tesoureiros retirem
ofertas na casa dos irmãos e irmãs para evitar um possível contágio por
Covid-19, assim como não incentivamos também que os irmãos se dirijam
presencialmente até agências bancárias. Portanto pedimos que utilizem
transações bancárias online como a principal forma de doação. Sabemos que isso
é um esforço para alguns que não tem acesso à internet e não queremos gerar um
fardo nesse sentido, mas se possível, peça ajuda de alguém para aprender a usar
ferramentas digitais oferecidas pelos bancos, como aplicativos de celular, até
mesmo para evitar a saída para pagamentos de contas e outras transações. A
Igreja A Família de Jesus Unida Sede, CNPJ 55.220.743/0001-69, possui conta no
Banco Bradesco, agência 1362-5 e conta corrente 35338-8. Procure saber na sua
filial por meio de qual conta bancária é possível enviar dízimos e ofertas para
manter o trabalho da igreja. Lembre-se que mesmo os cultos virtuais geram
custos, e que independente do valor da sua oferta, ela fará uma grande
diferença.
O sustento dos trabalhos
Clamamos para que líderes de ministérios não desanimem.
Caso você lidere um trabalho de crianças, jovens, mulheres, obreiros, escola
dominical e outras frentes, pedimos ao Senhor que lhe dê criatividade e
inspiração para manter contato com as pessoas do seu ministério. Utilize
ligações por telefone, videoconferências, transmissões ao vivo, trabalhos
pontuais ou quaisquer outros meios que não coloquem você ou as pessoas em
risco, mas que mantenha o chamado que Deus lhe deu, seja com duas ou três
pessoas. Mantenha viva a chama do evangelismo e do cuidado. A nossa igreja é
organizada através desses ministérios e eles são essenciais para o trabalho,
mas no momento, são essenciais para que os membros se sintam conectados também.
Se estiver enfrentando alguma dificuldade ou desânimo, não tenha receio de
pedir ajuda. Converse com seus pastores ou companheiros de ministérios, exponha
as suas dificuldades e fraquezas. Nós sabemos o quanto é difícil muitas vezes
encontrar ânimo no meio do isolamento e distanciamento, e reconhecemos que a
situação tem afetado o emocional de muitos, mas o Senhor não nos deixa só. Busque
da parte do Senhor o que ele espera de você, e mesmo que no último ano não
tenha sido possível desenvolver trabalhos, não tenha receio de começar agora. Um
bom ponto de partida, é discutir o conteúdo desse documento com o grupo que
lidera, e buscar formas de colocar cada ponto em prática.
O sustento da verdade
Nós clamamos à igreja de forma geral, que vigie constantemente contra a enorme quantidade de notícias falsas que têm circulado na internet. O ambiente virtual nos permitiu muitas coisas positivas, como realizar os nossos cultos por meio de transmissão ao vivo, mas da mesma forma, esse ambiente potencializa a desinformação. Irmãos e irmãs, o evangelho de João apresenta o diabo como “pai da mentira” (João 8:44), e é imprescindível que nossa igreja tenha em mente a necessidade de termos cuidado com o que compartilhamos nas conversas ou mesmo em redes sociais ou WhatsA
pp. Rejeite e exponha a mentira, sempre com cuidado e amor para com as pessoas. Não permita que circule entre a igreja informações falsas, especialmente sobre a campanha de vacinação. A vacinação contra Covid-19 no Brasil não é obrigatória, mas nós, como pastores da Igreja Evangélica Pentecostal A Família de Jesus Unida, orientamos aos irmãos e irmãs que se vacinem assim que chegar a sua vez na fila do Plano Nacional de Imunização. Pedimos que não tomem remédios sem prescrição médica. Pedimos que sejam vigilantes de forma intensa com relação aos conteúdos que partilham. Você é embaixador do Reino de Deus. Do Deus da verdade. Não permita que algo o desvie. Não mencionamos aqui absolutamente nenhuma questão de opinião política ou partidária, lembrando que o Ministério AFAJEU é apartidário e não atua em defesa de nenhum partido ou ideologia política, mas é vital reforçar aos irmãos e irmãs que Deus está no meio de nós, e deve guiar todas as nossas atitudes e pensamentos, e o nosso Deus não é Deus de mentira ou engano. Procure se informar por meio de fontes oficiais e imprensa, e desconfie de conteúdos em redes sociais. Ore por todas as autoridades, em todos os níveis: federal, estadual e municipal. Denuncie o pecado dos mesmos, se Deus assim orientar. Mas em tudo, que o Deus da verdade seja supremo.
Por fim, louvamos a Deus por sua vida, nos alegrando porque
o Senhor a tem sustentado. Choramos com os que choram, inclusive com as
famílias e as nossas igrejas que perderam um membro nesse último ano para a
Covid-19. Seguimos anunciando o reino de Deus, mas ressaltamos: precisamos de
cada um dos nossos irmãos e irmãs. Você é importante para Deus, para o
Ministério AFAJEU e para nós. No começo de 2020 escolhemos o tema “Esforça-te e
tem bom ânimo” (Josué 1:6ª), então que Deus nos anime, mesmo diante do cansaço,
fortalecendo a nossa saúde mental e nos ensinando a acolher quem sofre, sem
julgamentos.
Brasil, 30 de março de 2021.
Assinam:
Antonio Dias Novaes, presidente e pastor da sede no Parque
Santa Madalena, São Paulo (SP)
Davi Carvalho, pastor da filial na cidade de Americana (SP)
Hélio Rocha, pastor da filial do Jardim Santo André, São Paulo (SP)
Rubens Volpi, pastor da filial de São José dos Quatro Marcos (MT)
Milton Carvalho, pastor na cidade de Comodoro (MT)
Helio de Jesus Silva, pastor na cidade de Cáceres (MT)